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Procura-se Contabilista vidente!

Revisitando as tendências da contabilidade para o ano presente, constato que é dado hoje como adquirido que a automatização dos Escritórios de Contabilidade, a cloudização das ferramentas de trabalho e a contabilidade colaborativa com base tecnológica, fazem parte das preocupações diárias dos gestores mais atentos.
Apesar do momento digital que atravessamos quase de forma silenciosa, nas conversas dos contabilistas certificados mais atentos o tema principal tem surpreendido. A tecnologia deixou de ser o assunto dominante, cedendo o lugar à inovação proporcionada pelos serviços suportados em ferramentas tecnológicas. 
 

Outsourcing, a grande tendência do momento 

Aparentemente, e sob um olhar mais ligeiro, ninguém diria que o outsourcing é uma novidade, muito menos uma tendência! Mas este não é o outsoursing comum, em que os Escritórios de Contabilidade se limitam a fazer o trabalho contabilístico contratado por um cliente. Hoje, é preciso olhar para um cliente mais formado e informado e perceber qual o nível de gestão que este pretende alcançar. É necessário perceber que estamos perante um contexto em que há empresas que se querem focar no negócio e deixar a gestão contabilística, financeira e a tesouraria nas mãos de um especialista, o contabilista certificado. 
E é aqui que o paradigma muda. Já não chega registar o passado do cliente, o contabilista tem de tratar a informação em "real time”. Mas esta mudança só será possível através da integração tecnológica, da conectividade. Só assim os Escritórios de Contabilidade poderão oferecer novos serviços como o de Controller, CFO, Financial Advisor e tantos outros, em que o valor das avenças tem um peso menor na decisão relativamente ao serviço que é oferecido. 
 

De que forma o contabilista pode mostrar valor à nova geração de gestores?

Importa perceber rapidamente que há uma nova geração de gestores nos negócios, principalmente os emergentes Z’s, que não estão habituados a esperar pela informação. E se os prestadores de serviços de Consultoria e Contabilidade querem agarrar esta geração e conquistar a sua confiança, então têm de agir já! Têm de acelerar a digitalização, propor integração de serviços e disponibilizar informação de negócio aos seus clientes "just in time”, sob pena de estes não conseguirem crescer, pois a aceleração do ciclo de negócio é real, já acontece todos os dias e não volta. 
Porém, a velocidade da evolução tecnológica é estonteante. Para que os contabilistas possam propor valor a esta nova geração, já não basta a digitalização, a integração e informação em tempo real. A evolução acelerada das ferramentas de análise de negócio ou Business Analytics, como preferirem chamar, rapidamente vai generalizar a necessidade de antever a informação. Graças a essas ferramentas, os sistemas de gestão terão que ter a capacidade de olhar para o passado e para o presente, e com base em ambos antever o futuro. 
 

A capacidade de previsão será o novo "ouro”

O BIG Data é outro dos termos que já entrou no léxico dos gestores e carrega expectativas desmesuradas. E não é para menos! Na verdade, se os dados que existem nas organizações forem estruturados e analisados por ferramentas de Business Analytics, é realmente enorme o potencial de identificação de padrões e previsão de comportamentos. E nesse alinhamento, a diferenciação no serviço de apoio ao cliente passará, sem dúvida, por essa capacidade preditiva, isto é, com base na informação passada e presente, alertar, aconselhar e dar pistas para o futuro. 
No setor da Contabilidade em particular é fácil perceber a aplicabilidade desta tecnologia. Por exemplo, a partir de resultados e rácios, passará a ser fácil ao contabilista criar alertas para os gestores; calcular de forma autónoma cenários de impostos; sugerir pontos de auditoria; sugerir ações com base em tendências e comportamentos, etc.
 
Os tempos são de mudanças, umas efémeras outras que perduram. Porém, qualquer que seja o futuro, o trabalho do Contabilista não é ser um vidente, mas espera-se que tenha ferramentas tecnológicas e a capacidade de transformar os dados das organizações em conhecimento de apoio à decisão. Este é o grande desafio.
 
*Artigo publicado no jornal Vida Económica no dia 18 de janeiro de 2019. 
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